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Território Suape

Letícia Melo

Marcelle Adriely

Micaella Matias

Tainá Lima



Direção: Marcelo Pedroso, Cecilia da Fonte, Laercio Portella. País: Brasil.

Ano: 2020. Duração: 1h10 min.

O documentário expõe a desigualdade irradiada pelo Complexo Portuário e Industrial de Suape na ocupação do território da cidade do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, Pernambuco. Abordando como a ocupação desse território acontece de diferentes formas, de um lado os trabalhadores (população local) e do outro o poder do capital (elite). O antagonismo é construído mas o filme adota seu posicionamento crítico ao mostrar os desdobramentos dessa relação diretamente associada.

Para a construção da Reserva do Paiva, centenas de famílias foram retiradas de seus lares, com uma proposta de indenização medíocre e realocadas em um conjunto de casas, mal servidas por transporte, infraestrutura ou ofertas de serviços urbanos adequados ao desenvolvimento econômico e humano. O processo de gentrificação ocorrido foi e é cruel, simplesmente forçaram que a comunidade saísse, manipulando-os e sem o menor planejamento e cuidado transferiram essas pessoas de lugar, onde não há vínculo e distanciadas de suas famílias.

A modernização violenta ignora totalmente os moradores que já residiam na região para dar lugar ao bairro planejado, sem muros ou cercas, criando a falsa intenção de inclusão da população, mas as barreiras são invisíveis e inconscientes. O contraste das imagens contextualiza o conflito marcado pela vivência dos personagens desterritorializados, com sua autonomia alimentar ameaçada, seus significados perdidos e colocados em situações de subalternidade.

Essa realidade foi transmitida pela elaboração das cenas porque o posicionamento estratégico da câmera, a forma de mostrar diz muito. Os depoimentos da população demonstram o vínculo afetivo, obtido pelas memórias e vivências com a terra. Já para os executivos, as imagens feitas por drones demonstram o olhar das grandes corporações para o território, utilitarista como “coisa” a se transformar em dinheiro, não existe pertencimento, identificação.

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