Um
filme passa pelo processo do roteiro, produção, gravação e
inúmeras outras categorias até chegar à finalização, e essas
especificações concorrem separadamente por uma premiação. Na
animação, isso não ocorre. Uma falha na academia em reduzir
animação em apenas uma categoria, comparando ao prêmio de “Melhor
Filme”. A academia separa as animações como se não fosse um
filme, muitas vezes até julgando por várias pessoas como filme para
criança, mas algumas animações desse ano vieram justamente provar
e mostrar sua relevância e chamar a atenção de muitos ao trazerem
temas como o mundo, problemas internos como a depressão, angustias e
reflexões com nossa maneira de agir e lidar como a vida, como
“Anomalisa”, filme
estadunidense e
'O menino e o Mundo”,
filme brasileiro.
As
animações, diferentemente, do que a grande maioria pensa,
geralmente trazem a mesma quantidade de profissionais trabalhando
nelas, ou até mais do que em outros filmes. Categorizada normalmente
como um gênero, como drama ou comédia, as animações ficam em
desvantagens em premiações como o Oscar. Como se reduzissem a
premiação toda do Oscar em apenas uma categoria, a de Melhor filme,
isso é o que ocorre com essa separação. Onde fica os espaço para
os roteiros, direção de fotografia, edição e diversas outras
categorias ignoradas? As animações são reduzidas a somente uma
premiação, deixando a própria desigual e em mãos de grandes
produtoras com a Disney.
Entre
os competidores estão, Divertida Mente de Pete
Docter e Jonas Rivera
que foi mais um grande sucesso mundial da Disney, Anomalisa, de
Charlie
Kaufman, Duke Johnson e Rosa Tran.,
As menórias de Marnie de Hiromasa
Yonebayashi e Yoshiaki Nishimura, Shaun,
o
carneiro de Mark Burton e Richard Starzak e
o filme brasileiro
O menino e o mundo de Alê Abreu. As
estatísticas da votação do público brasileiro para a premiação
está disparadamente na frente Divertida
Mente,
depois seguidos com um empate Anomalisa
e O
menino e o mundo,
seguido por As
memórias de Marnie
e por último Shaun,
o carneiro.
Shaun,
o carneiro é feito em stop-motion de massinha, onde os animais vão
aprontar altas confusões no caos urbano para trazer o dono de volta
para casa, a consciência e racionalidade nos animais mais uma vez
presente nas animações. Outra animação de stop-motion é
Anomalisa,
marcada pela presença de cenas de sexo, mostrando o
relacionando entre o amor e sua ressignificação e a depressão como
tema central abordado.
O
menino e o mundo,
é desenhado com um rabisco simples, em 2D, sobre espaços brancos
remetendo a folhas de papel, mostrando através de um olhar simples o
mundo contemporâneo através dos olhos do protagonista, com certa
inocência infantil e uma criatividade surpreendente.
Quem está acostumado com as animações do
Estúdio Ghibli não se choca com a beleza e a aproximação com a
natureza de As memórias de Marnie, trazendo a infância como foco, e tratando a
melancolia e delicadeza com certo drama e suspense.
E
Divertida Mente, animação da Disney que está liderando a
competição até então, personifica as emoções, Alegria, Medo, Raiva,
Nojinho e Tristeza e mostra como estas tomam conta do centro de controle da mente de
Riley.
Como
filmes com propostas e técnicas tão diferentes cabem em uma única
categoria? A academia se priva de diversas áreas que poderiam ser
também realçadas e premiadas. A depressão, angustia e melancolia
podem não ser o foco da premiação desse ano, mas vale a pena
assistir e dá uma a oportunidade para esses filmes, com um olhar
cuidadoso e delicado, quem sabe assim a animação não ganham um
espaço maior, não somente em festivais como o Oscar, mas também no
núcleo cinematográfico novamente deixando de ser vista como “filme
de criança”?
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Escrito por: Bárbara Antônia
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