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Oscar 2016: A falta de mais categorias para animações



Um filme passa pelo processo do roteiro, produção, gravação e inúmeras outras categorias até chegar à finalização, e essas especificações concorrem separadamente por uma premiação. Na animação, isso não ocorre. Uma falha na academia em reduzir animação em apenas uma categoria, comparando ao prêmio de “Melhor Filme”. A academia separa as animações como se não fosse um filme, muitas vezes até julgando por várias pessoas como filme para criança, mas algumas animações desse ano vieram justamente provar e mostrar sua relevância e chamar a atenção de muitos ao trazerem temas como o mundo, problemas internos como a depressão, angustias e reflexões com nossa maneira de agir e lidar como a vida, como “Anomalisa”, filme estadunidense e 'O menino e o Mundo”, filme brasileiro.


As animações, diferentemente, do que a grande maioria pensa, geralmente trazem a mesma quantidade de profissionais trabalhando nelas, ou até mais do que em outros filmes. Categorizada normalmente como um gênero, como drama ou comédia, as animações ficam em desvantagens em premiações como o Oscar. Como se reduzissem a premiação toda do Oscar em apenas uma categoria, a de Melhor filme, isso é o que ocorre com essa separação. Onde fica os espaço para os roteiros, direção de fotografia, edição e diversas outras categorias ignoradas? As animações são reduzidas a somente uma premiação, deixando a própria desigual e em mãos de grandes produtoras com a Disney.


Entre os competidores estão, Divertida Mente de Pete Docter e Jonas Rivera que foi mais um grande sucesso mundial da Disney, Anomalisa, de Charlie Kaufman, Duke Johnson e Rosa Tran., As menórias de Marnie de Hiromasa Yonebayashi e Yoshiaki Nishimura, Shaun, o carneiro de Mark Burton e Richard Starzak e o filme brasileiro O menino e o mundo de Alê Abreu. As estatísticas da votação do público brasileiro para a premiação está disparadamente na frente Divertida Mente, depois seguidos com um empate Anomalisa e O menino e o mundo, seguido por As memórias de Marnie e por último Shaun, o carneiro.


Shaun, o carneiro é feito em stop-motion de massinha, onde os animais vão aprontar altas confusões no caos urbano para trazer o dono de volta para casa, a consciência e racionalidade nos animais mais uma vez presente nas animações. Outra animação de stop-motion é Anomalisa, marcada pela presença de cenas de sexo, mostrando o relacionando entre o amor e sua ressignificação e a depressão como tema central abordado.

O menino e o mundo, é desenhado com um rabisco simples, em 2D, sobre espaços brancos remetendo a folhas de papel, mostrando através de um olhar simples o mundo contemporâneo através dos olhos do protagonista, com certa inocência infantil e uma criatividade surpreendente.

Quem está acostumado com as animações do Estúdio Ghibli não se choca com a beleza e a aproximação com a natureza de As memórias de Marnie, trazendo a infância como foco, e tratando a melancolia e delicadeza com certo drama e suspense.

E Divertida Mente, animação da Disney que está liderando a competição até então, personifica as emoções, Alegria, Medo, Raiva, Nojinho e Tristeza e mostra como estas tomam conta do centro de controle da mente de Riley.


Como filmes com propostas e técnicas tão diferentes cabem em uma única categoria? A academia se priva de diversas áreas que poderiam ser também realçadas e premiadas. A depressão, angustia e melancolia podem não ser o foco da premiação desse ano, mas vale a pena assistir e dá uma a oportunidade para esses filmes, com um olhar cuidadoso e delicado, quem sabe assim a animação não ganham um espaço maior, não somente em festivais como o Oscar, mas também no núcleo cinematográfico novamente deixando de ser vista como “filme de criança”?

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Escrito por: Bárbara Antônia

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