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Nação, povo e memória: a sensibilidade de Ishtar Yasin em “Baladi Aldaia”

Por Ana Lupiano                          Ishtar Yasin Gutierrez Nação, povo e memória: a sensibilidade de Ishtar Yasin em “Baladi Aldaia” Para Ishtar Yasin, diretora do documentário “Baladi Aldaia” (Meu país perdido) a chance de apresentar seu longa metragem para jovens estudantes é motivo de felicidade - enquanto também professora, o resgate cultural dos ícones iraquianos, tal qual seu próprio pai, personagem do filme, para uma outra geração é de enorme importância. O filme que foi exibido para alunos da FCA no dia 13 de novembro no evento do CEIS “Encontro com Realizadoras”, tem como tema central a vida, a arte e a relação com seu pai, Mohsen Yasin, dramaturgo de origem iraquiana que passou por diversas separações no Chile e Iraque, onde nasceu, devido a conflitos políticos. No longa, Ishtar canoniza seu pai como artista enquanto explora sua própria origem no seu país perdido, o Iraque, que ela sonhava em conhecer desde pequena.  No debate que seguiu a exibição e que contou com a med
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Uma Anatomia de Mari Okada

por Francisco Ribeiro                Arte de divulgação feita por                 Gabriel Guimarães  Uma Anatomia de Mari Okada "A arte imita a vida". É um velho clichê repetir essa frase para dispor de alguma observação coloquial sobre uma obra artística qualquer que vemos por aí. Pode parecer que essa frase, atribuída a Aristóteles, está perdida de valor por ser jogada ao léu tantas vezes, séculos a fio. Mas é a sua simplicidade e clareza que manteve sua longevidade. São as observações, os ideais, os relacionamentos e as vivências de cada artista que transformam suas obras únicas, distinguíveis e, inegavelmente, imitações da vida. São com as peças artísticas que inúmeros criadores transformaram a realidade em algo belo e apreciável através dos reflexos de sua subjetividade. A diretora, roteirista e animadora japonesa, Mari Okada, possui um conjunto de obras que nos ilumina uma realidade particular digna da apreciação do público. Entre os dias 25 de outubro e 8 de novembro d

Novo cinema alagoano

  Por Ana Lupiano Foto filme Infantaria (2022), de Laís Santos Araújo   Novo cinema alagoano Mantendo a tradição cineclubista de expandir o repertório individual cinematográfico – muito incentivada pelo curso de Cinema e Audiovisual - o cineclube Tilt, liderado pelos alunos Fabrício Ferreira, Gabriel Brescia e João Pedro Diniz, promoveu, no dia 19/09/2023, uma sessão com três curtas alagoanos com a curadoria de João Paulo Campos e Leonardo Amorim. O encontro, que contou com a participação on-line de Laís Santos Araújo, diretora do premiado curta-metragem “Infantaria”, teve a participação da disciplina de Cinema Brasileiro do curso de Cinema e Audiovisual da PUC Minas que, após a exibição, pode conversar e debater com a diretora questões que tratavam desde o processo criativo do curta, à pré-produção envolvendo crianças, bem como, questões concernentes ao próprio cinema alagoano.  O escolhido para abrir a sessão foi “Ilhas de Calor”, curta-metragem de 2019 idealizado e dirigido po

Da FCA para a FCA

  por Francisco Ribeiro   Arte de divulgação da oficina  Feita por :Gabriel Guimarães  Da FCA para a FCA   Quando entramos no curso de Cinema e Audiovisual, um pensamento comum é "no que eu me meti?". A nossa cultura de supervalorização do trabalho produtivo de bens e serviços supostamente úteis nos deixa com o olhar enevoado ao compreendermos a arte como parte disso. Seguir caminhos como engenharia, direito, medicina e psicologia (para citar apenas alguns) parecem escolhas seguras e dignas de orgulho e aprovação externas. Até mesmo alguns dos demais cursos da Faculdade de Comunicação e Artes, como jornalismo, parecem opções mais seguras do que cinema. Pertencer à letra A da FCA pode não inspirar segurança até mesmo em nós, que escolhemos esse caminho. Mas existem alguns momentos que são capazes de deixar claro que o cinema é um mundo de possibilidades quando se há clareza e capacidade de seguir o seu percurso profissional.   No dia 15 de setembro, começou a ser ofertada a

Matriarcas da serra

 Por Camila Alves Arte de divulgação do evento Matriarcas da Serra O evento Encontro com Realizadoras, promovido pelo CEIS, recebeu no dia 31 de maio, Simone Moura e exibiu o docfic "Matriarcas da Serra", filme que tece a história do Aglomerado da Serra a partir da perspectiva dos próprios moradores da comunidade. O filme dirigido por Simone Moura, moradora do aglomerado é resultado de uma longa pesquisa e entrelaça ficção e realidade acompanhando a jornada de uma jovem atrás de informações sobre o bairro onde cresceu para um trabalho da escola. O documentário conta a história do aglomerado ao mesmo tempo que também a constrói. A protagonista se vê aflita pela falta de informações relacionadas à história do bairro nos livros e arquivos públicos e decide buscar outras fontes produzindo um registro documental que cumpre essa função. O filme se forma a partir da perspectiva de quem vive e viveu dentro do aglomerado, pessoas que conhecem o cotidiano, a arquitetura e a cultura

Retratos de identificação

  Por  Camila Alves                 Arte de divulgação do evento Retratos de Identificação Exibido no dia 08 de maio, no Encontro com Realizadoras promovido pelo CEIS, o documentário Retratos de Identificação (2014), dirigido por Anita Leandro, reorganiza acontecimentos da ditadura militar brasileira a partir de fotografias encontradas em arquivos referentes a presos políticos em situações de domínio militar. O filme foi construído a partir de uma pesquisa da diretora aos arquivos públicos do Rio d e Janeiro, uma fonte pouco visitada da história do país. Durante a ditadura militar brasileira, os presos políticos eram fotografados em atos de prisão, interrogatórios, investigações e até em situações de tortura. Os arquivos que inicialmente tinham a finalidade de constituir um registro policial referente às pessoas que eram consideradas criminosas pelo governo militar, hoje são importantes documentos comprobatórios dos atos de violência realizados pelos verdadeiros criminosos, a polícia

A Rainha Nzinga Chegou

  Por Camila Alves  Conversa após exibição do filme "Rainha Nzinga Chegou" na  II Semana de cinema da PUC Minas. Da esquerda para direita, Letícia Goes (mediadora) e os convidados,  Rainha Belinha e Ewerton Belico. A Rainha Nzinga Chegou (2019) Exibido na II Semana de Cinema da PUC Minas, o documentário A Rainha Nzinga Chegou (2019), dirigido por Junia Torres e Isabel Casimira, registra o rito de passagem das rainhas da Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário, em Minas Gerais. O longa retrata intrinsecamente como se organiza essa comunidade e evidencia seus traços culturais. O documentário acompanha o processo doloroso de sucessão da coroa, levando em consideração a morte de uma rainha. Rainha Belinha, filha de Rainha Isabel, pouco tempo teve para absorver o luto, tendo que assumir a responsabilidade e o chamado sagrado de dar continuidade às guardas de congo e moçambique e seguir com a missão de orientar e ajudar as pessoas. O novo e o antigo